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19.10.06

Constatações metafísicas 2 

Não fui eu a primeira a dizer, mas gosto de repetir, que a vida é um filme. Mais especificamente, uma comédia romântica. Uma produção composta pelas vidas e beijos de todos nós e por fotogramas de todas as comédias românticas já feitas.
A minha vida, por exemplo. Como a vida de Will Freeman, minha vida é dividida em unidades. Mas não de tempo. Eu divido minha vida em pequenas unidades de felicidade – porque para mim, felicidade não é um valor.
Felicidade é o pré-requisito, o ponto de partida. Não concebo nenhuma análise que exclua a felicidade. Também não vale jogar com a promessa de felicidade. Se existe alguma coisa à qual a flexível noção einsteniana de tempo não se aplica é à felicidade: o tempo da felicidade é sempre o tempo presente (a vida presente, os homens presentes...), e para a felicidade só vale o passado: a felicidade vivida e a infelicidade esquecida.
*****
Há várias fontes de felicidade para o ser humano, e fazer escolhas implica sempre em saber qual dos lados vai proporcionar mais felicidade. Mais ou menos como a tabela de prós e contras de Reuben Feffer para arrumar uma esposa.
Cada um, como lhe convém, faz suas próprias categorias de felicidade. E as categorias de felicidade mudam conforme a vida segue. Aos cinco anos, a categoria giz de cera era muito mais importante que a categoria teor alcoólico era para mim aos vinte e dois (ainda que hoje as duas valham pouco).
Atualmente, as minhas categorias de felicidade são: amor, saúde (a gente pouco pensa em ficar feliz por estar saudável, mas é sempre bom pensar nisso antes de dar pontos negativos à saúde pela nossa doença), pessoas, consumo/dinheiro, inteligência, sociabilidade, adequação, exigibilidade profissional, sono, corpo, atividades, diversão, tempo.
Digamos que, se eu for convidada a um pub. Vou colocar em colunas quais os graus de felicidade que o evento me dará em oposição a, por exemplo, ficar em casa assistindo a Grey’s Anatomy.
Ou decidir se aceito um pedido de casamento.
Ou se viajo à Suíça.
Ou se mudo de vida.

postado por antonina kowalski às 19:42

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