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15.11.06

Feminices 

Senhorita K. gosta de cabelos novos. Mesmo que eles sejam, segundo a denominação do macho-alfa da casa (sim, ele existe e não é Nina em coturnos), estilo-capacetinho.
Ela também gosta de quindins. Desde menina.
Lembra-se até de ir de ônibus ao Conjunto Nacional no meio da tarde ociosa do segundo grau comprar uma bandeijinha com dezesseis miniquindins na confeitaria que ficava na entrada do shopping e que já não existe mais. Quindins deliciosos, suculentos, e pequenos, que eram consumidos no longo caminho de volta para casa, no ônibus mesmo, lambendo os dedos e os beiços.
Senhorita K. fingia sem muita eficácia estudar para uma prova decisiva na manhã de quinta quando seu cérebro enviou ao resto do corpo a mensagem. Senhorita saiu de casa às pressas, não sem antes fazer uma escova no cabelo, para chegar a uma confeitaria qualquer antes das seis e comer quindins.
Como provavelmente sua preferida não estaria aberta em feriado (e não estava), ela primeiro pediu um no balcão.
Delicioso.
Pediu mais três, uma cocacola e voltou para casa, saciada, e foi pseudoestudar.
Enquanto saía da confeitaria, feliz, carregando numa mão a cocacola e a bolsa de flores e, na outra, os três quindins, Senhorita K. passou por uma mesa de jovens senhoras cujos cérebros devem ter enviado as mesmas mensagens aos respectivos cérebros e lá estavam todas comendo e bebendo chocolates quentes com chantillys e açúcar, e todas cláro, muito afáveis.
Senhorita K. passou bem perto delas, a ponto de poder ouvir a conversa: o Foguinho mentiu, menina. Ah, mas ele é tão legal, bonzinho. Nem é bonzinho, ele roubou a Bel e enganou o Duda, e a essa altura Senhorita estava já na porta do carro e sorriu, uma típica reunião de mulheres. O vislumbre da felicidade ou da loucura.

postado por antonina kowalski às 15:28

0dizem por aí:

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