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1.1.07

constatações tristes 

E de repente dois mil e sete começou. Eu quase não percebi. Porque quando o ano começou eu estava ocupada, primeiro tentando ser feliz, depois chorando a infelicidade, depois chorando com o carro atolado na maior tempestade que Brasília já viu (ou que eu já vi em Brasília), depois tentando ler um livro, ver tevê, me afogar na solidão do edredom preto, depois lembrando que a data costumava ser especial.
E, como em outros anos, só eu. Aqui, sozinha, pensando na grande e hedionda merda que eu fiz. (e pensando, devo confessar, que a tristeza emagrece, o que é sempre um ponto positivo).
Pensando em todas as bobagens explosivas ditas tão na hora errada, em todas as brigas que o puro sentimento bélico aflorou, pensando em toda a carência, em toda a exigência, em todo o egoísmo, em toda a perturbação, em todas as horas erradas e em todas as coisas erradas. Em todas essas coisas que faz quem brinca de barbie quando deveria ser adulta. Coisas de meninas mimadas, que pedem desculpa e aprendem a lição tarde demais. Nem Jó teria tanta paciência.
Não existem muitas frases já prontas para momentos como esse. Algumas, intelectuais, dão conta de que “O amor é possuído pela carruagem de Tânatos”, outras, mais casuais, dizem que “shit happens”, outras, mais espirituais, que “nenhuma cruz é maior que, etc”.
Mas nenhuma frase, pelo menos nenhuma das poucas que li, nunca me disse como curar a dor. Assim como nunca disseram como a gente cura essa dor e esquece essa certeza tão grande de saber que teve tudo que importava na mão e deixou ir por incompetência.
A única frase que vem na minha cabeça agora é tão clichê que virou título de projeto de mestrado: all you need is love. All you need is your love, acrescentaria humildemente eu.
Não programei o calendário para os próximos 364 dias. Não programei minha vida. Não programei um dia pra deixar de sentir saudade. Meu único pedido de ano novo é um novo ano com uma nova chance, uma nova vida, uma nova de mim. E, claro, um reveillon melhor.

postado por antonina kowalski às 17:54

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