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15.1.07

Os normais 

Normalidade é sempre um conceito tão, assim, flexível. Normalidade pode ser, se pensarmos bem, a época mais insana das nossas vidas. Ou normalidade pode ser uma merda.
Tive, por algum tempo, exemplos diários do tédio inescapável que pode rondar a normalidade. Ontem e hoje, porém, tive dois exemplos de como a normalidade pode ser... anormal.

Eu, o amigo, o canal pornô e a pizza
Domingo à noite, senhorita arruma o guarda-roupas, dando fim, três meses depois, ao caos que sua vida se tornou depois de uma temporada em São Paulo. Fui convidada pra conhecer o Sky Mais do amigo e vizinho e partilhar pizza.
Banho tomado, lá fui eu – a pé, vejam só.
O amigo apresenta a Sky Mais e confidencia: tem canais pornô. Fui ver, né. Tudo bem, era o canal pornô gay. Ele ligou e lá estava um casal exótico: negão mais travesti.
Toca a campainha. Tento mudar o canal, mas o controle é péssimo. O amigo abre e o entregador de pizza quase avança para dentro da casa. Quase.
Vê a cena da tevê 29 polegadas e estaca. Apareço, cabelos molhados (será que o casal faz sexo vendo pornô?, pensaria eu se eu fosse a entregadora). Fica mudo, quer sair dali, entrega a pizza e sai correndo, coitado. O amigo vira, pizza na mão. Começa a rir descontroladamente. Pizza+seriados+cocacola: uma noite de domingo mais normal, impossível.

Eu, Belle and Sebastian e o bicicleteiro
A normalidade continua flexível na minha vida. Hoje de manhã, seguia faceira para o trabalho modorrento ouvindo uma de minhas preferidas canções da banda escocesa. Fazia até dancinhas com as mãos, me lembro. Prestes a estacionar, quase lá mesmo, olho no retrovisor e um bicicleteiro maluco atropela meu carro parado. Saio do carro, chamo o dito de idiota e ele foge, andando errático na dita.
Música+sol+carro+estacionar: um início de segunda-feira mais normal, impossível.

postado por antonina kowalski às 14:24

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