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14.2.07

Mr. Darcy 

Como não amar mr. Darcy depois disso?


“You bewitched my body and soul”, diz mr. Darcy a Elizabeth Bennet na chuva do interior inglês. E de tudo que já li e reli, estudei, achei que aprendi e desaprendi sobre o amor, essa é a melhor definição. Porque é isso, essa definição de livro que nem consta do original da Jane Austen, que é o amor. Um enfeitiçamento de corpo e alma. Nem precisa dizer que é inexplicável, ainda que todos sejamos capazes de compreender por que Matthew Macfadyen se apaixonou por Keira Knightley e vice-versa (mas não consigamos entender outros tantos amores...).
Não é à toa, acredito, que vejo e revejo quase semanalmente o filme, tão recente, e a cada vez gosto mais, acredito mais. No filme, em Jane Austen e no amor. E nas palavras de mr. Darcy. E infalibilidade de uma declaração de amor sob a chuva inglesa.
O amor nunca seria amor sem nos tomar de assalto a alma. Mas também nunca seria amor se não fosse capaz de nos arrepiar a pele diante do pensamento do outro. O amor é, ele mesmo, como os amantes de Platão, as almas gêmeas separadas à procura um do outro. Na procura do amor, às vezes se esbarra com encanto, às vezes com paixão. Mas o amor é rarefeito, espinhoso, difícil, porque juntar encanto e paixão não é tarefa das mais simples. É de poucos, para poucos. Uma alma gêmea que junta almas gêmeas. Amor metalingüístico.
Sendo de gêmeos, esse amor duplo está sempre em conflito existencial. Ora é mais alma. Ora é mais corpo. Sempre que é alma, é corpo. Mas às vezes, se dá ao luxo de, só podendo ser alma, atiçar também o corpo. E, a isso, alguém chamou desejo. Só não conseguiram nomear ainda um remédio ao desejo que não seja o corpo.

postado por antonina kowalski às 19:58

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