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19.2.07

Sete notas, maestro Zezinho 

Eu não entendo muito de música. Ok, vamos reformular. Entendo pouco ou quase nada de música. O que, é claro, não me impede de gostar imensamente de. Música, aliás, integra meu pequeno e pessoal rol de obsessões. Minhas pequenas obsessões do dia-a-dia, como eu gosto de chamá-las.
Minha maior obsessão com a música é gostar tanto de algumas canções que sou capaz de ouvi-las por meia hora, ininterruptamente. E essas músicas obsessivas raramente são canções felizes. O mais comum é que sejam canções que, por motivos diversos ou motivo algum, me façam chorar.
Mas, como é comum a todo obsessivo, as minhas obsessões têm se refinado há certo tempo. A ponto de, nas minhas canções favoritas, garimpar aquelas que me são mais caras. E dentre as que são mais caras, descobrir quais são os acordes que mais me tocam, emocionam.
Os meus pequenos acordes obsessivos.
E o mais engraçado e original dessa nova obsessão é que algumas canções são só pequenos-acordes. Depois eu nem gosto tanto mais.
É o caso de uma música do Lenine, dentre tantas e tantas que eu adoro, que tem o acorde mais perfeito do mundo e depois fica, fica só muito boa. Mas o acorde me faz querer voltar pro início e ouvir tudo de novo, de novo, de novo.
Como é com a música do Lenine que marca tanto, e tanta saudade, que é linda, e tem lugar na minha prateleira de obsessões imortais, mas que pra completar, ainda tem o melhor início do mundo. Um violão, grave, daqueles que a gente sente reverberar nos pulmões e tem vontade de chorar sabe-se-lá por quê.
Que nem aquela música do Radiohead que começa com um piano tão delicado, que mal te prepara pra o que vem, mas que já é suficiente pra arrepiar melancolicamente qualquer ser vivente entre 22 e 30 anos, e eu me debulho em lágrimas na tarde de segunda-feira de carnaval enquanto escrevo um conto antierótico tomando vinho.

postado por antonina kowalski às 11:20

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