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14.5.07

My monk day 

Aluguei um apartamento novo. O segundo apartamento da minha vida dita emancipada. Aí resolvi, já que era mandatório, me mudar. Limpei a casa, comecei a levar os móveis do bloco C para o bloco F, com a ajuda do sr. Pai e do sr. Namorado. Mas aí deu vontade de fazer xixi. E eu lembrei que ainda não tinha limpado o banheiro do novo apartamento, porque não pretendia mudar o banheiro naquele dia.
Droga.
A vontade de ir ao banheiro começou, aos poucos, a apertar. Muito.
Não consegui sequer entrar no banheiro. Me arrepiei só de pensar em sentar na privada imaculadamente branca que alguém já usou antes de mim (!) para aliviar. Até lavar a mão, lavava na pia. A decisão tinha que ser rápida: saí correndo do bloco F, fui até o bloco C, fiz xixi, dei descarga, lavei a mão e voltei. Tudo normal, tudo simples.
Até chegar a hora de escovar os dentes, e eu só conseguir fazer isso fora da pia, porque eu não tinha lavado a pia.
..
Domingo de manhã e a decisão tomada de lavar o banheiro: passei Ajax do teto ao chão. Hum, ainda não dá pra fazer xixi. Passei Veja em tudo, camada dois. Merda, estou ficando apertada e não consigo usar a privada. Nem lavar as mãos. No desespero, untei panos e panos com álcool e limpei, da maçaneta ao chão, o banheiro.
Ok, fiz xixi.
Mas não consegui segurar na maçaneta da porta. Limpei uma, duas, três vezes a dita cuja e ainda não conseguia.
À certa altura da noite, sr. Namorado me flagrou parada na porta do banheiro, segurando um perfex, álcool e um rodo, olhando psicoticamente para o inimigo azulejado que exibia do outro lado do umbral da porta. Na falta de um remédio tarja preta que me dar, ele riu.
...
Faltava um problema: o banho. Sete da manhã da segunda-feira, banho à vista. Impossível pisar no box que eu ainda não esfreguei azulejo por azulejo. Droga. Banho de chinelos. Sem lavar o cabelo pra não demorar muito e não dar intimidade a esse banheiro estranho, alheio, que não é meu mesmo sendo igualzinho, nos detalhes que importam, ao antigo. Menos no pertencimento. Não consigo usar aquele banheiro. Porque as lembranças das pessoas antigas, que não conheci, me assombram a cada segundo. Dormir, só consigo com a porta fechada.
Banho, só de gato.
Xixi, correndo, com nojinho.
E dou graças a deus porque ainda não tive vontade de mais nada nessa casa nova.

postado por antonina kowalski às 12:37

2dizem por aí:

At 15/5/07 12:45, Blogger Unknown disse...

TOC...TOC... sinixxxxtro!!!

 
At 19/5/07 12:32, Blogger Rafael Nobre Porto disse...

tô com medo de vc...

 

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