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10.5.07

O morninho e eu 

Tive quatro carros na vida. Estou no quarto. O mais legal até agora. Ele tem ar-condicionado e aquecedor. Moradora de Brasília que sou, filial candanga da modalidade desértica, deveria há tempos ter aderido ao uso incondicional do ar-condicionado (sem trocadilhos) que deixa todos os vidros de janelas fechados no trânsito da hora do almoço, impedindo que moças de peitos grandes fiquem com suadouros na camisa na região inferior dos ditos cujos.
Mas me recuso. Em um ano que vou completar de carro equipado, nunca liguei o ar senão para comprovar que ele existia; rapidamente me arrependi. Já o aquecedor, uso sempre. Hoje mesmo, vim para casa com ele focado no nariz gelado e nas mãos congelantes – faz menos de 25 graus, é frio polar para mim.
Eu sou uma moça a favor do calor. Incondicionalmente. Adoro a sensação de morninho ao se entrar no carro sem abrir nenhum vidro. Cinco segundos de alento para o corpo, um conforto físico, e depois posso abrir as janelas.
Sou uma moça que acredita no conforto da homeotermia, e que acredita que a temperatura do corpo deve sempre ser mantida. Minha temperatura ideal é o morninho; não o pelando não o gelado. Por isso, não bebo café nem tomo sorvete; espero o chá esfriar pra não queimar a língua.
Por acreditar no conforto do corpo, durmo todos os dias de edredom e, se faz frio, de moletom. Só durmo se os pés estão quentinhos; se não estão, meias Puket neles. Sempre levo casaco para o trabalho, porque tem ar-condicionado. E se sinto frio, sub-repticiamente desligo o dito.
Odeio quando meu nariz fica gelado. Porque me dá desconforto.
Odeio pelos arrepiados e pele suada. Gosto da pele quando está morninha.
Quando faz muito frio, não consigo pensar. Cada célula do meu corpo só consegue sentir frio. E nem consegue mandar mensagem nenhuma ao cérebro, que também se ocupa em sentir frio. Se sinto frio, entro em pane. Por isso, quando faz menos de 25 uso casaco de astronauta.
Se chega aos cinco graus, eu choro porque está frio demais. Choro porque está frio demais e porque minhas pernas dóem. Eu tenho tendinite.
Mas, sim, eu também sinto calor. Aí é quando o clima quer me fazer suar. Poderia usar o ar-condicionado nesses dias. Mas nunca uso.
Porque, além do morninho, eu adoro secar meus cabelos ao vento.

postado por antonina kowalski às 20:58

2dizem por aí:

At 11/5/07 10:53, Blogger Unknown disse...

Você escreve de um jeito engraçado... e as vezes meio Yoda...I like it...

 
At 12/5/07 11:11, Anonymous Anônimo disse...

Também adoro o calorzinho do carro quando entro nele no meio da tarde. As pessoas dizem que sou louco por conta disso. Achei que fosse o único. E frio? Gosto, mas não o extremo. O maior frio que eu passei em todos os tempos foi no Porão do Rock de 2005. Dois casacos de "astronauta", luvas e gorro não foram suficientes. Juro. Quase chorei de frio. De verdade.
Humildemente...

 

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