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18.7.07

O saco do mercado 

Hoje me surpreendi como o tempo passou. Como o tempo passou, inexoravelmente, pra mim. No momento exato em que me dei conta da mudança das minhas preocupações. Na mudança da minha observação das sutilezas do mundo.
Se um dia eu já me deti por muito tempo no repicado do cabelo da menina mais bonita que eu, ou no caderno dez matérias mais caro da garota rica que sentava do meu lado, hoje me deparei percebendo sutilezas de outra natureza.
Me peguei sorrindo ao perceber que, finalmente, o Extra havia mudado o fornecedor das sacolas de plástico. Lentamente, afaguei o plástico branco barulhento para me certificar de que uma sacola seria suficiente para dois chás. Era. Pela primeira vez.
Me tornei uma donadecasa. Solteira. Independente.
E estava no caixa do supermercado pensando que nunca mais precisaria reclamar da sacola rasgada na saída do carro.
E estava no caixa do supermercado pensando em como pôde meu suco preferido de uva subir oitenta centavos num único mês.
Diante de tantas mudanças, diante da preocupação iminente com o antirugas e com os peitos caindo, só uma certeza fica. O tempo, o medo da constância fatal do tempo, é das poucas obsessões que me seguem fiéis.

postado por antonina kowalski às 19:03

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