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22.1.08

no dial 

Senhorita K. se pegou pensando, no meio do filme divertido da noite de sábado, se Carla Bruni canta em francês no ouvido de Nicolas.
Na seqüência do pensamento, Senhorita K. se pegou pensando que gostaria de cantar mais no ouvido dele. Cantar músicas que lhe trouxessem memórias, memórias dele e deles dois.
Como aquela que foi a primeira música que ela o ouviu cantar, num violão numa festa distante, talvez a banda preferida deles dois juntos.
Ou aquela que embalou a separação quando ela foi embora, dum acústico que ainda a faz chorar.
Ou a música do maranhense que eles adoravam cantar juntos, mas ele se esqueceu como tocava e ela esqueceu a letra.
Ou a balada tristíssima que ela não conseguia parar de ouvir, duma russa que falava sobre um verão na cidade.
Um pouco antes naquele sábado, quando ela dirigia de um lugar longe a outro lugar longe e solitário, porque ele não estaria lá, nenhuma música parecia capaz de exprimir a tristeza que ela sentia por estar longe dele.
Não era um dia de sol, não era um dia bonito. Era um dia sem ele. Sem a existência dele em sua vida. Senhorita K. estava triste, muito triste.
Mas a tristeza só ficou desesperada quando a Antena Um colocou pra tocar aquela música do Chicago de que ela sempre gostou mas tinha vergonha de assumir.
Começava assim, “If you leave me now, you’ll take away the biggest part of me, uhuhuuuh, no, baby please don’t go”.
Ela só sabia esse pedaço, mas começou a chorar e cantar, tudo junto. E ficou pensando que, se ele pedisse, ela era capaz de decorar essa e outras músicas para cantar com ele, pra ele, no ouvido dele.



E depois do gatilho disparado por Chicago, Senhorita K. se tornou uma triste egoísta. Todas as músicas que o ipod dela tocava durante as caminhadas pareciam ter sido feitas para ela cantar pra ele. Para cantar a tristeza dela. De Feist a Rilo Kiley, de Carina Round a Carla Bruni, de Regina Spektor a Sharon Jones. Tudo girava em torno dela, em torno da tristeza que ela sentia e o rádio parecia conspirar.
Quando tocou “It's not over tonight, Just give me one more chance to make it right, I may not make it through the night, I won't go home without you. The taste of your breath, I'll never get over, The noises that you made kept me awake, Oh, The weight of things that remaind unspoken, Built up so much it crushed us everyday”, aquela música do disco novo do Maroon 5 que ela adora, resolveu radicalizar.
Parou de ouvir música, só ouvia Band News FM, até que pudesse ouvir novamente rindo, ao lado dele, qualquer música legal que fosse.
***
Era sábado e ela nem se lembra de qual música foi. Mas sabia que era legal à vera.

postado por antonina kowalski às 11:11

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