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28.2.08

Mamães possíveis 


Senhorita K. pretende, um dia, ser mãe. Não num futuro previsível, vislumbrável e próximo, mas pretende. Ela fica um pouco assustada com a facilidade que aparecem futuras mamães em Hollywood e na rede globo, em como parece ser muito simples parir um filho e, depois, criar. Deve ser fácil, realmente, quando só pelas fotos dos pimpolhos se recebe seis milhões de dólares. Ou doze milhões de cachê por um filme. Ou se tenha três babás. Ou não se tenha que ir pro trabalho todo dia de manhã e ficar até certo horário, pensando se a grana vai dar até o fim do mês. Deve ser fácil, muito fácil, ser mamãe assim.
Por isso Senhorita K. gostou muito muito imensamente dos dois filmes sobre mamães que viu recentemente. Porque são dois filmes divertidos às suas maneiras, simples. Feitos sobre gente comum, de carne e osso e conta no vermelho, ficando grávida. Mas mais que isso: são dois filmes sobre gente comum, de carne e osso, ficando grávida e assumindo as responsabilidades por isso. Sem grandes dramas, sem grandes paranóias. Pessoas comuns aceitando as surpresas que a vida prega com emoções factíveis, com sensatez e responsabilidade. E com uma dose de doçura. Pessoas comuns não se desesperando por serem forçadas, devido a pequenos e arredondados imprevistos, a refazerem os caminhos que haviam pensado (ou nem isso) seguir sem se render às soluções mais fáceis.
Uma mocinha de dezesseis anos que engravida do melhor amigo numa noite de tédio e decide dar a criança para adoção para que a criem com amor, sem optar pelo aborto. Uma mulher promovida que sai pra comemorar, transa com um desconhecido e acaba grávida dele, sem optar pelo aborto. Um cara que nunca pensou em ter um filho, nem tem emprego e dinheiro, e ainda assim aceita e decide estar lá, presente, para assumir sua responsabilidade.
Sem optar pelo caminho fácil, sem optar pelo desespero fácil, sem optar pelo choro fácil.
Mesmo que na conta bancária dele existam só cento e setenta e sete dólares, e que o melhor amigo nem conte para os pais que vai ser pai, e que o casal que iria adotar se separe, e que ela não conta no emprego novo que está grávida, tudo termina bem. Com uma canção doce depois do parto, uma risada, um final aconchegante, que faz a realidade ser possível, tangível e mais próxima do que a gente pensa.

postado por antonina kowalski às 13:17

1dizem por aí:

At 2/3/08 08:37, Anonymous Anônimo disse...

Attention!

 

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