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15.2.08

Todo mundo sabe que ela é 

Senhorita K. é universalmente conhecida, ela tem certeza que até em alfa centauro, pelo seu mau humor. Ou ranhetice. Porque nem é exatamente mau humor, um estado. É uma condição. Um azedume natural, algo assim. Isso é uma daquelas verdades imutáveis que sempre são comprovadas, tipo a lei da gravidade é reafirmada cada vez que um copo cai no chão e quebra no seu pé.
Hoje, por exemplo, ela falou à colega de trabalho, pela septuagésima vez na semana, que detestava alguma coisa, e começou a desfiar uma série de informações desabonadoras via wikipedia sobre qualquer coisa para corroborar seu estado de detestação :). Aí a colega de trabalho solta um “mau humor matutino”. Não. Ela errou. É só a condição universalmente conhecida de Senhorita K que propiciou tudo e se manifestou novamente, não importando se é dia, noite ou estado de cegueira.
Senhorita K. lida bem, normalmente, com o fato de não ser uma pessoa legal, que anima rodas, conta piadas (ela nem se lembra delas), solta tiradas à la Simon Cowell. Às vezes, Senhorita K. fica chateada e queria ter nascido 10% mais Ary Toledo e só 5% menos Scrooge.
Aí Senhorita K. foi ver um filme segundafeira. Um filme genial, lindo, emocionante, despretensioso, roteiro bem feito, atores excelentes, uma diversão mais que a diversão pura e simples. Um deleite.
Senhorita K. foi com o amigo-pra-todas-as-horas, o personal George, ver o filme. E encontrou um amigo na fileira da frente. Senhorita K. viu o filme, riu do filme, riu com o filme, e no dia seguinte perguntou pro amigo da fila da frente se ele tinha gostado.
O amigo disse que sim. E, pra sua surpresa, disse que o filme tinha ficado mais divertido graças às risadas de Senhorita K. Especialmente às risadas que só Senhorita K. ria, alto, no meio do cinema.
Ele disse que ria mais dela rindo do filme que do filme.
Por algum tempo, Senhorita K. flutuou fascinada na percepção de pertencer temporariamente ao grupo de pessoas legais e divertidas e engraçadas, ainda que não por motivação própria.
Senhorita K. se sentiu superultramegahiper legal por fazer alguém rir de maneira tão espontânea.
Senhorita K. ficou até com vontade de levar um monte de gente ao cinema pra ver uma comédia hilariante e fazer todo mundo rir com ela e dela. Pintar o nariz por um dia.
Um tempo depois, Senhorita K. ficou com uma tremenda vontade de rir daquele jeito o tempo todo e, por isso, teve vontade inclusive de que alguém no cinema a fizesse rir com as risadas alheias.
Mas é claro que isso não passou de um devaneio bobo e simplista, porque segundos depois Senhorita K. já dizia “detesto”, com uma ênfase sibilante e raivosa no “tes”, pra deixar claro que ela detesta MESMO. O que quer que seja.

postado por antonina kowalski às 13:14

1dizem por aí:

At 16/2/08 18:10, Anonymous Anônimo disse...

É! Essa é você. Mas confesso que eu ria mesmo era do filme, hohoho. Vamos ver de novo?! Agora, quem é George?

 

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