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23.4.08

Ana, bebê e carla 

É engraçado com as pessoas interpretam. Interpretam tudo. Às vezes corretamente, às vezes mal à beça. Interpretam também as marcas na vida das pessoas. As pessoas gostam, por exemplo, de interpretar as tatuagens de Senhorita K. A primeira delas, o coelho, o ex-chefe insistia em dizer que era uma estilização dos coelhinhos da Playboy. Uma outra, de formigas, todos enxergam como estrelinhas no pé. Os flocos de neve já viraram várias vezes folhas de maconha.
Mas o mais divertido acontece mesmo com o verso tatuado no braço direito. Lá diz “ama, bebe e cala”. Mas Senhorita K. recebe, semanalmente, a pergunta se seu nome é Ana...
Uma vez, enfrentou com bravura o seguinte diálogo (monólogo?) de uma vendedora numa loja:
Oi, seu nome é Ana?
E você tem uma filhinha chamada Carla?
Você acredita que eu também chamo meu namorado de bebê, e ele tem 120 quilos?
A tudo isso, Senhorita K. assistiu atônita, perdida, desnorteada, petrificada, diante da miopia / ignorância / imaginação fértil da vendedora. Que criou uma história interessantíssima para uma tatuagem que de maneira alguma queria dizer três nomes.
Mas a interpretação mais divertida é mesmo a masculina. Senhorita K. tem o verso tatuado como um conselho pessoal, um convite à contemplação e, sobretudo, ao silêncio.
Mas as pessoas encaram aquele ama, bebe e cala como um aviso / convite aos homens de pouco trato. Como diz uma amiga, ao chegar chegando.
De fato, ainda bem, ninguém nunca chegou chegando com base no suposto encorajamento à brutalidade silenciosa dos versos, mas vários amigos já questionaram Senhorita K. sobre suas preferências de homens das cavernas, que bebem e ficam em silêncio enquanto amam.
Pode?
Interpretar é uma diversão.

postado por antonina kowalski às 16:41

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