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4.5.08

Margaridas 

Dia desses perguntaram a Senhorita K. como é possível que, diante de tantas afirmações em outro sentido, as mulheres ainda acreditam no amor.
A primeira reação de Senhorita K. foi, em silêncio, se perguntar se ela ainda acredita no amor.
A segunda, em alto e bom som, foi desfiar um rosário de explicações pseudo-sociológicas que estão na dissertação dela sobre as razões para a crença no amor.
A terceira foi encerrar, como um gran finalle que ela sempre repete, com a frase que diz que o amor não tem regras. E, sendo assim, não há regras que regem nem ao menos a crença em sua existência.
Mas aí Senhorita K., mais tarde, foi ver tevê. Pushing Daisies, um daqueles seriados com premissa excelente e desenvolvimento idem. É assim: um menino descobre que tem o poder de reviver seres vivos mortos, mas só por um minuto. Se não os matar de novo, alguém morre no lugar deles. Adulto, ele vive meio sozinho fazendo tortas e desvendando crimes com a ajuda de defuntos até que se depara com sua paixão de infância num caixão e decide não mata-la de novo. E vive uma paixão platônica com a moça, já que não pode mais toca-la.
Senhorita K. assistiu ao primeiro episódio de Pushing Daisies. E ao segundo. E o que a tocou não foi a premissa, nem os efeitos visuais, nem a fotografia burtoniana, nem a narração à la Amélie.
O que conquistou e enterneceu Senhorita K. foi, em primeiro lugar, aquele amor contido, luminoso, tão impossível quanto irresistível, que faz uma moça beijar um rapaz por meio do filme plástico da comida.
Em segundo lugar, o que ganhou Senhorita K. de vez à série foi Ned. O protagonista. Ou melhor dizendo, Lee Pace travestido de Ned. Não, Senhorita K. nunca esperaria uma paixão em quem não pudesse tocar. Mas Lee Pace, humano e normal como, no fundo, ninguém é, nem ele, é irresistível.
Lee Pace, travestido de Ned ou como ele mesmo, em uma cena de Pushing Daisies. Isso basta para fazer qualquer mulher bobinha ou inteligente acreditar no amor.

postado por antonina kowalski às 19:26

1dizem por aí:

At 16/5/08 06:41, Anonymous Anônimo disse...

Seu blog é foda e eu adoro esse seriado. Escreva sempre, acompanho com interesse e adoro essa graça de escrever na terceira pessoa. É meio pelé, mas como vc escreve bonito, fica gracinha.

 

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